
Maria Antonietta, a diva dos salões
( Escrito por Flávia Valente)
“Quantas oportunidades na vida você perdeu por não saber dançar?”
Esse era o slogan da Academia Moraes, a única de dança de salão que existia na década de quarenta, quando Maria Antonietta começou a dar aula junto com Vasco Moraes e seus irmãos no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Naquela época, mulher que dançava com homens era considerada prostituta, exemplo das meninas dos dancings, como Elizeth Cardoso antes da fama, que recebiam para dançar com homens solteiros e casados.
Mesmo com esse estigma, Antonietta não parou de dar aulas e sair para bailes. Mesmo quando seu marido a proibiu de continuar essa prática, lá estava ela ensinando os passos em seu pequeno apartamento dividindo-se entre a dança e os cuidados que tinha que ter com os sete filhos. Mesmo quando a febre das discotecas praticamente varreu do mapa a dança a dois.
Poucos foram os que resistiram. Sobrou também para as orquestras que salpicavam os salões até a década de 60, que tiveram que se retirar, pois não havia mais lugar para a música ao vivo. A dança de salão passou a ser vista como “coisa de velhos”.
No início da década de 80, no entanto, a dança a dois iniciou uma retomada que viria a desaguar na febre que é hoje.
A partir dessa resistência e depois com a fama de dois alunos da mestra Antonietta, Carlinhos de Jesus e Jaime Arôxa, a dança de salão ganhou novos espaços – como o Circo Voador no Rio de Janeiro – carregando a reboque as orquestras de volta aos palcos dos salões.
A bem da verdade, nem as orquestras, nem a dança de salão deixaram de existir, mas a década de 70 foi definitivamente ruim para tais manifestações, e aqueles profissionais que nunca largaram sua arte, foram os grandes responsáveis pela retomada da dança a dois nos anos 80. Maria Antonietta é uma desses profissionais.
Teve sete filhos, enfrentou e venceu um câncer, ficou mundialmente famosa, mas ao final da vida enfrentou o pior: o esquecimento. Muitos dos que hoje dançam e vivem da dança de salão, sequer sabem de sua existência.
Agora o que temos de fazer, com sua morte, é resgatar a memória de seu trabalho e sua existência – quem nunca ouviu falar da Gafieira da Estudantina Musical? Pois não é possível falar em Estudantina sem lembrar da mestra rodopiando por lá.
Vamos mostrar que o brasileiro tem memória sim, e procuremos conhecer um pouco mais sobre essa pequena guerreira que inspirou a tantos.
Aí vai a dica: leiam a biografia dela no livro “Enquanto houver dança” de Teresa Drummond, editora Bom Texto.
“Quantas oportunidades na vida você perdeu por não saber dançar?”
Esse era o slogan da Academia Moraes, a única de dança de salão que existia na década de quarenta, quando Maria Antonietta começou a dar aula junto com Vasco Moraes e seus irmãos no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Naquela época, mulher que dançava com homens era considerada prostituta, exemplo das meninas dos dancings, como Elizeth Cardoso antes da fama, que recebiam para dançar com homens solteiros e casados.
Mesmo com esse estigma, Antonietta não parou de dar aulas e sair para bailes. Mesmo quando seu marido a proibiu de continuar essa prática, lá estava ela ensinando os passos em seu pequeno apartamento dividindo-se entre a dança e os cuidados que tinha que ter com os sete filhos. Mesmo quando a febre das discotecas praticamente varreu do mapa a dança a dois.
Poucos foram os que resistiram. Sobrou também para as orquestras que salpicavam os salões até a década de 60, que tiveram que se retirar, pois não havia mais lugar para a música ao vivo. A dança de salão passou a ser vista como “coisa de velhos”.
No início da década de 80, no entanto, a dança a dois iniciou uma retomada que viria a desaguar na febre que é hoje.
A partir dessa resistência e depois com a fama de dois alunos da mestra Antonietta, Carlinhos de Jesus e Jaime Arôxa, a dança de salão ganhou novos espaços – como o Circo Voador no Rio de Janeiro – carregando a reboque as orquestras de volta aos palcos dos salões.
A bem da verdade, nem as orquestras, nem a dança de salão deixaram de existir, mas a década de 70 foi definitivamente ruim para tais manifestações, e aqueles profissionais que nunca largaram sua arte, foram os grandes responsáveis pela retomada da dança a dois nos anos 80. Maria Antonietta é uma desses profissionais.
Teve sete filhos, enfrentou e venceu um câncer, ficou mundialmente famosa, mas ao final da vida enfrentou o pior: o esquecimento. Muitos dos que hoje dançam e vivem da dança de salão, sequer sabem de sua existência.
Agora o que temos de fazer, com sua morte, é resgatar a memória de seu trabalho e sua existência – quem nunca ouviu falar da Gafieira da Estudantina Musical? Pois não é possível falar em Estudantina sem lembrar da mestra rodopiando por lá.
Vamos mostrar que o brasileiro tem memória sim, e procuremos conhecer um pouco mais sobre essa pequena guerreira que inspirou a tantos.
Aí vai a dica: leiam a biografia dela no livro “Enquanto houver dança” de Teresa Drummond, editora Bom Texto.